terça-feira, 4 de junho de 2013

Lateralidade

Predominância do uso de todos os órgãos pares. Pode ser direita ou esquerda. Deve ser observado o pé, a mão e o olho. No primeiro ano de vida não há preferência por nenhum lado. No segundo ano de vida ela continua usando ambas as mãos, mas gradativamente fixa a preferência por uma delas. Com dois anos completos quase todas as crianças já definiram sua lateralidade, mesmo que depois apareçam breves períodos de uso da outra mão. Finalmente, com seis anos está completa a definição. Também há uma nítida preferência por um dos olhos, por um dos pés, isto podendo ser no destro uma dominação dos três instintos.

A Psicomotricidade
A Psicomotricidade pode ser determinada como a esfera transdisciplinar que estuda e pesquisa as relações e as influências recíprocas e sistémicas entre o psiquismo e a motricidade. Com base em uma visão geral do ser humano, a psicomotricidade considera de maneira integrada as funções cognitivas, sócio - emocionais, simbólicas, psicolinguísticas e motoras, promovendo a capacidade de ser e agir num contexto psicossocial.

O Psicomotricista 
É o profissional da área de saúde e educação que pesquisa, avalia, previne e trata do Homem na aquisição, no desenvolvimento e nos transtornos da integração somato-psíquica e da retrôgenese. 

A intercessão em Psicomotricidade
Reeducação ou terapia de mediação corporal e expressiva, na qual o psicomotricista estuda e compensa a expressão motora inadequada ou inadaptada, em diversas situações geralmente ligadas a problemas de desenvolvimento e de maturação psicomotora, de comportamento, de aprendizagem e de âmbito psico-afectivo.

Para que problemáticas é indicada?
Com incidência corporal: dispraxia, desarmonias tónico-emocionais, instabilidade postural, perturbações do esquema corporal e da lateralidade, estruturação espacial e temporal, perturbações da imagem corporal, problemas psicossomáticos;
Com incidência relacional: dificuldades de comunicação e de contacto, inibição, hiperactividade, agressividade, etc.;
Com incidência cognitiva: no plano do processamento informacional: défices de atenção, de memória, de organização perceptiva, simbólica e conceptual.





segunda-feira, 3 de junho de 2013

Filme Amor e Loucura


Curta idealizado para a matéria de Linguagens Corporais, com as estruturas de cinema mudo. Amor e Loucura é a narrativa romântica de Charles e Catherine. Um jovem casal que vivencia o amor nos charmosos anos 20, superando os obstâncias proporcionadas pela loucura de uma mulher desprezada.



O elenco que concede vida aos personagens desta estória. 

Ana Lucia de Moares
Ana Paula das Graças Souto
Digo Espedito dos Santos
Juliana F. da Silva
Lairto Humberto Junior
Natalia Ap. Silva
Priscila pereira dos Santos
Rodrigo C.S. Ginante
Rosangela Almeida de Sá
Stephanie C.S. dos Santos

Making Of Fotográfico 















História em Quadrinhos 

A Origem dos Quadrinhos

Os Quadrinhos ou Histórias em Quadrinhos, as conhecidas HQs, são narrativas feitas com desenhos sequenciais, em geral no sentido horizontal, e normalmente acompanhados de textos curtos de diálogo e algumas descrições da situação, convencionalmente apresentados no interior de figuras chamadas “balões”.
Difundidos em revistas e jornais, os quadrinhos se tornaram um dos mais importantes veículos de comunicação de massa e criaram linguagem própria, com uma série de signos inovadores, em grande parte incorporada posteriormente pelo cinema, pela televisão e pela publicidade.
As tirinhas de jornal e as revistas de HQs, tornaram-se inquestionavelmente o maior e mais influente campo iconográfico da História, com bilhões de ilustrações produzidas desde 1900 ou um pouco antes. Essa produção certamente representa a mitologia gráfica dominante no Século XX. Nem mesmo o cinema e a televisão podem vangloriar-se de ter conseguido atingir um terço da humanidade, como os quadrinhos o fizeram.
No mesmo período histórico em que surgiu o cinema, o telégrafo e o raio x, surgiu nos Estados Unidos uma forma singular de comunicação que se tornaria um gênero característico do Século XX: as histórias em quadrinhos.
Nos anos de 1895-1900 surgiram nas tiras de jornais dominicais nos Estados Unidos, os primeiros personagens das HQs. Dentre os quais, o primeiro a fazer fama: Yellow Kid, de Richard Outcault. Alguns anos depois, o êxito de Yellow Kid levou Rudolph Dirks a produzir Katzenjammer Kids, a primeira criação a desenvolver totalmente as características da moderna tirinha: usava balões, tinha elenco permanente e era dividida em quadros.
Yellow Kid
A novidade se espalhou pelo mundo. O Japão e a Europa se mostraram terrenos férteis para material de HQs e surgiram muitos cartunistas célebres no início do Século XX. A revolução estética ficou à cargo de Little Nemo in the Slumberland, lançado em 1905 por Winsor McCay, que usava pela primeira vez a perspectiva em seus desenhos.Nessa época os quadrinhos começavam a se tornar um elemento indispensável nos jornais diários. Foi quando George Herriman lançou Krazy Kat, a história de um mundo poético, ao mesmo tempo surreal e cômico, no qual, com extrema simplicidade gráfica, eram expostas as relações entre os membros de um pequeno elenco de personagens. Essa foi a primeira tirinha para o público adulto e inaugurou as histórias com animais, que culminaria com o aparecimento do famoso Gato Félix, de Pat Sullivan, e do Mickey Mouse, de Walt Disney. Em 1930, Hergé cria Tintin, cujo êxito se prolongou por décadas.


 Mickey Mouse Criação lendária de Walt Disney



Tintin de Hergé 

No ano seguinte surgiram Betty Boop, de Max Fleischer e Tarzan, de Harold Foster. Buck Rogers e Popeye (criado por Elzie Crisler Segar) também estrearam em 1931.
A década de 30 trouxe ainda criações quase imortais para os quadrinhos, que introduziram a aventura como tema principal. Alex Raymond, criou Flash Gordon, Jim das Selvas e o agente secreto X-9. Chester Gould criou Dick Tracy. Lee Falk concebeu o Fantasma e o Mandrake.
O sucesso das histórias de aventura gerou as revistas exclusivamente sobre quadrinhos. As pioneiras foram as japonesas (da década de 20). Em 1933 surgiu a primeira revista americana de quadrinhos, a Funnies on Parade. Depois vieram a Famous Funnies, Tip Top Comics, King Comics, Action Comics (onde Jerry Siegel e Joe Shuster criaram o Super-Homem) e Detective Comics (onde Bob Kane, em 1939, criou o Batman).



Max Fleischer de Betty Boop

Com a disputa da Segunda Guerra Mundial, muitos personagens, sobretudo os heróis, passaram a se envolver em tramas de guerra e violência. Surgiram então, outros personagens célebres, como Capitão Marvel, Tocha Humana, Namor – O Príncipe Submarino, e toda uma legião de justiceiros devotados à causa da paz e da democracia.
Em meio a tantos, a Marvel Comics criou, sob a batuta de Stan Lee e Jack Kirby, o Capitão América. O personagem, que tem o uniforme inspirado na bandeira americana e um escudo de um metal indestrutível, foi como uma personificação da luta dos povos livres contra o nazismo. O personagem tinha todas as características ideais de um americano, como senso de justiça e liberdade e força para lutar pela preservação destes ideais, contra os inimigos alemães.
Nessa época, foi lançada a revista Mad (que satirizava as historietas clássicas) e também o personagem The Spirit, de Will Eisner. Para se ter uma idéia da importância do Spirit, hoje o maior prêmio do mundo das HQs leva o nome do seu criador (se chama Prêmio Will Eisner) e é conhecido como o Oscar dos Quadrinhos.









Quadrinhos no Brasil
Muitos estudiosos querem o crédito pela invenção do gênero ao cartunista italiano Angelo Agostini, que, radicado no Brasil, escreveu, em 1869 (muito antes de Yellow Kid), As Aventuras de Nhô Quim ou impressões de uma viagem à corte, uma autêntica história em quadrinhos. Quinze anos depois ele seria responsável pela criação dos primeiros quadrinhos brasileiros de longa duração, com as Aventuras do Zé Caipora.
Em 1905 começaram a surgir outras histórias em quadrinhos nacionais com o lançamento da revista O Tico-Tico. Surgiu o personagem Chiquinho, de Loureiro. Também graças à revista, surgiram Lamparina, de J. Carlos, Zé Macaco e Faustina, de Alfredo Storni, Pára-Choque e Vira-Lata, de Max Yantok e Reco-Reco, Bolão e Azeitona, de Luis Sá.
Em meados de 1930, Adolfo Aizen lançou o Suplemento Juvenil, com o qual introduziu no Brasil as histórias americanas. O sucesso o levou a editar mais duas revistas: Mirim e Lobinho. Em 1937, Roberto Marinho entrou no ramo com O Globo Juvenil e dois anos depois lançou o Gibi, nome que passaria a ser também sinônimo de revistas em quadrinhos.
Na década de 50, começaram a ser publicados no Brasil, pela Editora Abril, as histórias em quadrinhos da Disney. A revista Sesinho, do SESI, permitiu o aparecimento de figurinhas carimbadas das HQs no país, como Ziraldo, Fortuna e Joselito Matos.
Para enfrentar a forte concorrência dos heróis americanos, foram transpostos para os quadrinhos nacionais aventuras de heróis de novelas juvenis radiofônicas, como O Vingador, de P. Amaral e Fernando Silva e Jerônimo – o herói do Sertão, de Moisés Weltman e Edmundo Rodrigues. Personagens importados tiveram suas versões brasileiras, como o Fantasma.
A partir da década de 60, multiplicaram-se as publicações e os personagens brasileiros. Destaque para Pererê, de Ziraldo (que mais tarde criaria O Menino Maluquinho), Gabola, de Peroti, Sacarrolha, de Primaggio e toda a série de personagens de Maurício de Sousa, dentre os quais, Mônica, Cascão e Cebolinha.
Maurício de Sousa é o maior nome dos quadrinhos nacionais. Foi o único a viver exclusivamente dos lucros de suas publicações. A Turma da Mônica é o maior sucesso do ramo no país, em todos os tempos. Virou uma linha de produtos que vão desde sandálias, a macarrões, passando por material escolar, roupas, etc. Também já foram produzidos desenhos animados longa-metragem com os personagens.
O jornal Pasquim ficou famoso por suas tirinhas de quadrinhos, principalmente os de Jaguar. O cartunista Henfil também se destaca nessa época. Daniel Azulay também criou e manteve um herói brasileiro, o Capitão Cipó, que representou um dos melhores momentos dos quadrinhos nacionais.
A Editora Abril passa a publicar os heróis da Marvel e da DC Comics no Brasil, com as revistas Capitão América e Heróis da TV. Posteriormente, com Batman, Super-Homem, Homem-Aranha e Incrível Hulk, dentre outros.
A partir da década de 80, os grandes jornais brasileiros passam a inserir trabalhos de autores nacionais em suas tirinhas, antes exclusivamente americanas. Dentre eles, destacam-se Miguel Paiva (Radical Chic), Glauco (Geraldão), Laerte (Piratas do Tietê), Angeli (Chiclete com Banana), Fernando Gonsales (Níquel Náusea) e Luís Fernando Veríssimo (As Cobras). Também a edição brasileira da revista americana Mad passa a publicar trabalhos com autores brasileiros.
Nos anos 90 o mercado brasileiro cresce um pouco mais. Novas revistas em quadrinhos de heróis passam a ser editadas no país, sobretudo da recém criada Image Comics. A Editora Abril continua na frente das rivais e publica a Spawn norte-americana.
O Brasil entra no Século XXI com o mercado de quadrinhos em expansão. A Editora Globo continua a publicar com grande sucesso os gibis da Turma da Mônica; a Editora Abril segue firme com os quadrinhos de heróis das americanas Marvel, DC e Image; a revista Heavy Metal americana lança sua edição brasileira, a Metal Pesado, e editoras menores publicam materiais de outras origens. Alguns cartunistas nacionais lançam a revista caricata Bundas.





Fonte: http://www.legal.adv.br/20020301/a-historia-dos-quadrinhos-no-brasil-e-no-mundo/

sexta-feira, 22 de março de 2013

A Sétima Arte

História do Cinema

Definir marcos históricos é sempre um ato espinhoso e questionável, principalmente no âmbito das artes. Infinidades de fatores contribuem para a constituição de determinadas técnicas e linguagens artísticas, bem como suas aplicações, práticas e influência em um determinado meio cultural. Aqui temos como intuito a busca por esclarecimentos das origens de uma dessas linguagens. O cinema. Poeticamente intitulado a Sétima Arte. 
 A data de 28 de Dezembro de 1895 possui especial significância para o Cinema e sua biografia. Neste dia, no Salão Grand Café, em Paris, os Irmãos Lumière realizaram uma apresentação pública dos produtos de sua criação a qual nomearam Cinematógrafo. O episódio causou grande alvoroço nos 30 e poucos presentes, a notícia se propagou e, em pouco tempo, esta linguagem artística difundira-se pelo mundo e concebe uma indústria multibilionária e fortemente influenciável culturalmente. 

O filme exibido pelos Irmãos Lumière  foi L'Arrivée d'un Train à La Ciotat.




Para obterem à projeção cinematográfica atual, muitos processos de pesquisas foram realizados no que se refere aos fundamentos da ciência óptica.  A necessidade de registrar movimentos por meio de pinturas e desenhos em paredes acompanha a humanidade desde os primórdios de sua existência. Há aproximadamente sete mil anos atrás, no oriente, os chineses já realizam projeções de sombras em diferentes figuras recortadas e manipuladas sobre a parede, um jogo de sombras, inerente do seu teatro de marionetes. No século XV, Leonardo da Vinci concretizou trabalhos utilizando a projeção da luz na superfície, criando a Câmara Escura, que era uma caixa fechada, possuindo um orifício com uma lente, local dedicado a passagem da luz produzida pelos objetos externos. A imagem refletida no interior dessa caixa era a inversão do que se via na realidade. Prosseguindo, no século XVII, O alemão Athanasius Kirchner criou a Lanterna Mágica, objeto composto de um cilindro iluminado à vela, para projetar imagens desenhadas em uma lâmina de vidro.


Câmara Escura 



Atualmente, o cinema baseia-se em projeções compartilhadas de imagens animadas. O cinema originou-se de várias inovações que percorrem o campo fotográfico até a composição do movimento utilizando a persistência da visão com a criação de jogos ópticos. Entre os jogos óticos desenvolvidos destacam-se o thaumatrópio (inventado entre 1820 e 1825 por William Fitton), fenacistoscópio (inventado em 1829 por Joseph-Antoine Ferdinand Plateau), zootropo (em 1834 por Will George Horner) e praxinoscópio (em 1877 por Emily Reynaud). Em 1888, Emily Reynaud melhorou sua invenção e iniciou projeções de imagens no Musée Grévin  por aproximadamente 10 anos.


Thaumatrópio 



Fenacistoscópio 




                                                                        Zootropo 



Praxinoscópio 


Em 1876, Eadweard Muybridge realizou uma experiência: primeiro colocou 12 e depois 24 câmeras fotográficas ao longo de um hipódromo e tirou várias fotos da passagem de um cavalo. Obtendo assim a decomposição do movimento em várias fotografias e através de um zoopraxiscópio pode recompor o movimento. Em 1882, Étienne-Jules Marley melhorou o aparelho de Muybridge. Em 1888, Louis Aimée Augustin Le Prince filmou uma cena de cerca de 2 segundos mas a fragilidade do papel utilizado fez com que a projeção ficasse inadequada.




William Kennedy Laurie Dickson, engenheiro chefe da Edison Laboratories, criou uma tira de celuloide contendo uma sequência de imagens que seria o alicerce para fotografia e projeção de imagens em movimento. Em 1891, Thomas Edison inventou o cinetógrafo e posteriormente o cinetoscópio. O último era uma caixa movida a eletricidade que continha a película inventada por Dickson mas com funções limitadas. O cinetoscópio não projetava o filme.

Cinetoscópio



Baseando-se na invenção de Edison, Auguste e Louis Lumière criaram o cinematógrafo, um aparelho portátil que consistia num aparelho três em um (máquina de filmar, de revelar e projetar). Em 1895, o pai dos irmãos Lumière, Antoine, organizou uma exibição pública paga de filmes no dia 28 de dezembro no Salão do Grand Café de Paris. A exposição foi um sucesso. Este dia, data da primeira projeção pública paga, é comumente conhecida como o nascimento do cinema mesmo que os irmãos Lumière não tenham reivindicado para si a invenção de tal feito. Porém, as histórias americanas atribuem um maior peso a Thomas Edison pela invenção do cinema, quando na verdade o que ele fez foi colher pequenos vídeos e exibi-los em maquinas caça-níquel, e para não perder tal fonte lucrativa sempre foi contra a exibição dos filmes em grandes salas.
Irmãos Lumière
Cinematógrafo 



Os irmãos Lumière enviaram ao mundo, a fim de apresentar pequenos filmes, os registros iniciais como um início do cinema amador. "Sortie de l'usine Lumière à Lyon" (ou "Empregados deixando a Fábrica Lumière") é quisto como o primeiro audiovisual exibido na história, sendo dirigido e produzido por Louis Lumière. Do mesmo ano, ainda dos irmãos Lumiére o filme "The Sprinkler Sprinkled", uma pequena comédia. Menos de 6 meses depois, Edison projetaria seu primeiro filme, "Vitascope".



Sortie de l'usine Lumière à Lyon



Cinema Mudo
Desde a origem do cinema, inventores e produtores buscavam conciliar a imagem juntamente a um som sincronizado. Porém nenhuma técnica desenvolvida obteve êxito até a década de 20. Sendo assim, durante 30 anos os filmes eram praticamente silenciosos estando seguidos muitas vezes de música ao vivo, em outras vezes de efeitos especiais e narração e diálogos escritos presentes entre cenas. O cinema mudo possui entre suas figuras mais significativas Charles Chaplin, um dos precursores do cinema mudo e sua popularização pelo mundo.

"Num filme o que importa não é a realidade, mas o que dela possa extrair a imaginação. " Charles Chaplin

                                    Charles Chaplin em o clássico Luzes da Cidade de 1931



Simultaneamente as produções cinematográficas realizadas em Hollywood, haviam outras regiões que também  lançavam-se a Sétima Arte e contribuíam para o seu desenvolvimento. 

Na França, os cineastas entre 1919 e 1929 começaram um estilo chamado de Cinema Impressionista Francês ou cinema de vanguarda (avant garde em francês). Se destacaram nesta época o cineasta Abel Gance com seu filme épico "Napoleon" e "J’Accuse" e Jean Epstein com seu filme "A queda da casa de Usher" de 1929, ainda se destaca Germaine Dulac de "La Sorrient Madame Beudet". Ainda temos nesse movimento "A Moça da Água", de Jean Renoir, que mais tarde ajudaria a construir outra escola de cinema: Realismo Poético Francês.

Na Alemanha surgiu o expressionismo alemão donde se destacam os filmes "Das Cabinet des Dr. Caligari" ("O gabinete do doutor Caligari") de 1920 do diretor Robert Wiene,"Nosferatu", "Phantom" ambos de 1922 e do diretor Friedrich Wilhelm Murnau e Metrópolis de Fritz Lang de 1927. Outros filmes de destaque são: "O Gabinete das Figuras de Cera" e "A Última Gargalhada".

Na Espanha surgiu o cinema surrealista donde se destacou o diretor Luis Buñuel. "Un Perro andaluz" (ou "Um Cão Andaluz" em português) de 1928 foi o filme que mais representou o cinema surrealista de Buñuel. Destaca-se ainda: "A Idade do Ouro".

Na Rússia se destacou o cineasta Serguei Eisenstein que criou uma nova técnica de montagem, chamada montagem intelectual ou dialéctica. Seu filme de maior destaque foi "O Couraçado Potemkin" (ou br: "O Encouraçado Potemkin") de 1925. Já Dziga Vertov, de "O Homem com a Câmera" se propôs a um documentário sofisticado, chamado "Cine-Olho". Outros filmes de arte russos de destaque são: "Aelita" e "Terra".

O dinamarquês Carl Theodor Dreyer, roda "Le Passion de Jeanne D'arc", um filme mudo de 1928 com a atriz Maria Falconetti no papel de Joana. Considerado por alguns um dos melhores filmes de todos os tempos. O filme dá valor à expressão facial. Foi filmado na França.

Infelizmente, cerca de 90% dos filmes mudos se perderam, por falta de cuidado ou de boa conservação. De fato, a maioria dos filmes mudos foi derretida a fim de recuperarem o nitrato de prata, um componente caro.



A era do som

Até então já haviam sido feitos experimentos com som mas com problemas de sincronização e amplificação. Em 1926, a Warner Brothers introduziu o sistema de som Vitaphone (gravação de som sobre um disco) até que em 1927, a Warner lançou o filme "The Jazz Singer", um musical que pela primeira vez na história do cinema tinha alguns diálogos e cantorias sincronizados aliados a partes totalmente sem som; então em 1928 o filme "The Lights of New York" ,(também da Warner), se tornaria o primeiro filme com som totalmente sincronizado. O som gravado no disco do sistema Vitaphone foi logo sendo substituído por outro sistema como o Movietone da Fox, DeForest Phonofilm e Photophone da RCA com sistema de som no próprio filme.
O Beijo, lançado em 1929 e protagonizado pela atriz sueca Greta Garbo, foi o último filme mudo da MGM e o último da história de Hollywood, com exceção de duas jóias raras de Chaplin: Luzes da Cidade e Tempos Modernos.

No final de 1929, o cinema de Hollywood já era quase totalmente falado. No resto do mundo, por razões económicas, a transição do mudo para o falado foi feito mais lentamente. Neste mesmo ano já lançado grandes filmes falados como "Blackmail" de Alfred Hitchcock (o primeiro filme inglês falado), "Applause" do diretor Rouben Mamoulian (um musical em preto e branco) e "Chinatown Nights" de William Wellman (mesmo diretor de "Uma estrela nasce" de 1937). Foi também no ano de 1929 criado o prêmio Oscar ou Prêmios da Academia que serve até os dias atuais como premiação aos melhores do cinema.

Cartaz do filme O beijo com Greta Garbo
Estrela Hollywoodiana Greta Garbo 

Cinema no Brasil

Em 8/7/1896, apenas sete meses depois da histórica exibição dos filmes dos irmãos Lumière em Paris, realiza-se, no Rio de Janeiro, a primeira sessão de cinema no país. Um ano depois, Paschoal Segreto e José Roberto Cunha Salles inauguram, na rua do Ouvidor, uma sala permanente. Em 1898, Afonso Segreto roda o primeiro filme brasileiro: algumas cenas da baía de Guanabara. Seguem-se pequenos filmes sobre o cotidiano carioca e filmagens de pontos importantes da cidade, como o Largo do Machado e a Igreja da Candelária, no estilo dos documentários franceses do início do século.
A partir de 1930, a infra-estrutura para a produção de filmes se sofistica com a instalação do primeiro estúdio cinematográfico no país, o da companhia Cinédia, no Rio de Janeiro. Em 1941 é criada a Atlântida, que centraliza a produção de chanchadas cariocas. A reação paulista acontece mais tarde com o ambicioso estúdio da Vera Cruz, em São Bernardo do Campo.
Em meados da década de 50, começa a surgir uma estética nacional. Nesta época são produzidos Agulha no palheiro (1953), de Alex Viany, Rio 40 graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos, e O grande momento (1958), de Roberto Santos, inspirados no neo-realismo italiano. A temática e os personagens começam a expressar uma identidade nacional e lançam a semente do Cinema Novo. Paralelamente, destaca-se o cinema de Anselmo Duarte, premiado em Cannes, em 1962, com O pagador de promessas, e dos diretores Walther Hugo Khouri, Roberto Farias (Assalto ao trem pagador) e Luís Sérgio Person (São Paulo S.A.).
No final da década de 60, jovens diretores ligados de início ao Cinema Novo vão, aos poucos, rompendo com a antiga tendência, em busca de novos padrões estéticos. O bandido da luz vermelha, de Rogério Sganzerla, e Matou a família e foi ao cinema, de Júlio Bressane, são os filmes-chave dessa corrente underground alinhada com o movimento mundial de contracultura e com a explosão do tropicalismo na MPB.
Dois autores têm, em São Paulo, suas obras consideradas como inspiradoras do cinema marginal: Ozualdo Candeias (A margem) e o diretor, ator e roteirista José Mojica Marins (No auge do desespero, À meia-noite levarei sua alma), mais conhecido como Zé do Caixão.
Remanescentes do Cinema Novo ou cineastas estreantes, em busca de um estilo de maior comunicação popular, produzem obras significativas São Bernardo, de Leon Hirszman; Lição de amor, de Eduardo Escorel; Dona Flor e seus dois maridos, de Bruno Barreto; Pixote, de Hector Babenco; Tudo bem e Toda a nudez será castigada, de Arnaldo Jabor; Como era gostoso o meu francês, de Nelson Pereira dos Santos; A dama do lotação, de Neville d'Almeida; Os inconfidentes, de Joaquim Pedro de Andrade, e Bye, bye, Brasil, de Cacá Diegues, que reflete as transformações e contradições da realidade nacional.
A abertura política favorece a discussão de temas antes proibidos, como em Eles não usam black-tie, de Leon Hirszman, e Pra frente, Brasil, de Roberto Farias, que é o primeiro a discutir a questão da tortura. Jango e Os anos JK, de Silvio Tendler, relatam a História recente e Rádio auriverde, de Silvio Back, dá uma visão polêmica da atuação da FEB na 2a Guerra. Arnaldo Jabor faz Eu te amo e Eu sei que vou te amar. Surgem novos diretores – Lael Rodrigues (Bete Balanço), André Klotzel (Marvada carne e Susana Amaral (A hora da estrela). No final da década, a retração do público interno e a atribuição de prêmios estrangeiros a filmes brasileiros fazem surgir uma produção voltada para a exibição no exterior: O beijo da mulher aranha, de Hector Babenco, e Memórias do cárcere, de Nelson Pereira dos Santos. As funções da Embrafilme, já sem verbas, começam a esvaziar-se, em 1988, com a criação da Fundação do Cinema Brasileiro.
A extinção da Lei Sarney e da Embrafilme e o fim da reserva de mercado para o filme brasileiro fazem a produção cair quase a zero. A tentativa de privatização da produção esbarra na inexistência de público num quadro onde é forte a concorrência do filme estrangeiro, da tevê e do vídeo. Uma das saídas é a internacionalização, como em A grande arte, de Walter Salles Jr., co-produzida com os EUA. O 25o Festival de Brasília (1992) é adiado por falta de filmes concorrentes. No de Gramado, internacionalizado para poder sobreviver, só se inscrevem, em 1993, dois filmes brasileiros: Capitalismo selvagem, de André Klotzel, e Forever, de Walter Hugo Khouri, rodado com financiamento italiano.
Em quase 100 anos de existência, o cinema brasileiro produz cerca de 2 mil filmes e conquista mais de 50 prêmios internacionais, mas encontra dificuldades em se estabelecer como indústria. Com a chanchada, nos anos 30, começa a se formar um mercado consumidor. Na produção, o investimento mais ousado é a inauguração, em 1949, dos estúdios da Vera Cruz, que fracassa cinco anos depois. A partir dos anos 50 e 60 o cinema novo introduz temáticas e linguagens nacionais. A criação da Embrafilme, organismo estatal que financia, co-produz e distribui filmes, em 1969, cria condições para que a produção nacional se multiplique, e o país chega nos anos 80 ao auge do cinema comercial, produzindo até 100 filmes em um ano. No final da década o modelo estatal entra em crise, que tem seu ápice com a extinção da Embrafilme, em 1990. Alguns sinais de vitalidade são notados, a partir de 1993, na forma de uma produção limitada, mas de boa qualidade.

O Bandido da Luz Vermelha de Rogério Sganzerla

Zé do Caixão, figura marcante do Cinema Nacional
A retomada do cinema brasileiro

Em dezembro de 1992, ainda no governo de Itamar Franco, o Ministro da Cultura Antonio Houaiss cria a Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual, que libera recursos para produção de filmes através do Prêmio Resgate do Cinema Brasileiro e passa a trabalhar na elaboração do que viria ser a Lei do Audiovisual, que entraria em vigor no governo de Fernando Henrique Cardoso.
A partir de 1995, começa-se a falar numa "retomada" do cinema brasileiro. Novos mecanismos de apoio à produção, baseados em incentivos fiscais e numa visão neoliberalde "cultura de mercado", conseguem efetivamente aumentar o número de filmes realizados e levar o cinema brasileiro de volta à cena mundial. O filme que inicia este período é Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (1995) de Carla Camurati, parcialmente financiado pelo Prêmio Resgate. No entanto, as dificuldades de penetração no seu próprio mercado continuam: a maioria dos filmes não encontra salas de exibição no país, e muitos são exibidos em condições precárias: salas inadequadas, utilização de datas desprezadas pelas distribuidoras estrangeiras, pouca divulgação na mídia local.
Em 1997, para alcançar o mercado cinematográfico, as Organizações Globo criaram sua própria produtora, a Globo Filmes, empresa especializada que veio a reposicionar o cinema brasileiro em, praticamente, todos os segmentos. Isto porque, em um curtíssimo tempo, a produtora Globo Filmes viria a se tornar um grande monopólio ocupante do mercado cinematográfico brasileiro. Ainda que para a escala de operação da rede de televisão, o seu braço cinematográfico possa vir a ser considerada uma empresa pequena. Dessa maneira, através do cinema, o conglomerado foi capaz de atingir um dos últimos segmentos tradicionais do mercado audiovisual brasileiro, nicho no qual ela ainda não apresentava nenhuma participação realmente direta. Entre 1998 e 2003, a empresa se envolveu de maneira direta em 24 produções cinematográficas, e a sua supremacia se cristalizaria definitivamente no último ano deste período, quando os filmes com a participação da empresa obtiveram mais de 90% da receita da bilheteria do cinema brasileiro e mais de 20% do mercado total. 
Alguns filmes lançados na primeira década do novo século, com uma temática atual e novas estratégias de lançamento, como Cidade de Deus (2002) de Fernando Meirelles, Carandiru (2003) de Hector Babenco e Tropa de Elite (2007) de José Padilha, alcançam grande público no Brasil e perspectivas de carreira internacional.
Segundo o crítico Luiz Zanin Oricchio, "Cidade de Deus", por sua importância, teria sido o marco final do período conhecido como "a retomada do cinema brasileiro" 



Trailer do filme Cidade de Deus

Carandiru de Hector Babenco